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Inicio do ano. Chuvas, mudanças e "refazimento".

Oi gente,
quanto tempo!!!!!!


Preciso mudar um pouco. 
Tenho começado muito dessa maneira. 
E o que é pior...
tenho ficado muito tempo sem escrever.


Mas...
vamos lá!


Nos últimos 20 ou 25 anos, aproximadamente, só me recordo de 3 vezes que não fui passar o ano na praia. 


Dentre essas, duas continuaram - literalmente - sendo junto a água (rsrsrsrsrsr). 


Uma foi saíndo de uma casa na Serra do Cipó, debaixo de chuva forte e muito barro, pois me deu uma "sapituca", um trem ruim, que eu peguei o caminho de casa assim mesmo.


A outra foi próximo à represa de Furnas.  
Tudo muito lindo mas...
A represa estava baixa e para chegar até a água dela só enfrentando a água da chuva e muito barro.


Por falar em andar para pisar na água na virada do ano...


de 2008 para 2009, fui para um lugar chamado Tatajuba, no Ceará.


Lugar bonito, quase deserto, com um pessoal super, hiper especial.
Luzes apenas nas casinhas e pousadas que são (ou eram) poucas.


Na vazante, em Tatajuba, o mar recua aproximadamente 1 KM. 
Nessa virada de ano o mar estava numa vazante braba.  
Mas...
como ficar sem por os pés na água?????
IMPOSSÍVEL!!!!
Então lá fomos nós (eu e...) andar em direção ao mar.
Escuro????
Não!!!
Que isso.
Era breu mesmo. E total.



Tudo por um ritual de passagem de ano junto a água.
Fundamental para um inicio de ano fluente e abençoado.


Sobrevimos , mas...
que medo.
Andar em direção ao mar, sem conseguir saber onde exatamente ele estava, nem o que havia no chão ( quanfado a gente esta com medo a imaginação cria monstros enormes a cada passo) e caindo em buracos todo o tempo.
Uau!!!!
Ufa!!!
Vez por outra um ou outro passava voltando com uma pequena lanterna. O que direcionava momentaneamente o caminho.
Que loucura!!!!
É...
acho que, realmente, sou um tanto quanto louca, às vezes. 
Só às vezes.
Mas...
acho que quem me acompanha numa dessas acaba sendo mais louco do que eu, né???


Ainda bem que tem gente mais louca do que eu nessa vida (rsrsrsrsrsrs). 


Esse ano foi tudo diferente.


Essa era a palavra que mais pipocava em minha cabeça: DIFERENTE.


Por algum motivo eu não estava com vontade de sair de casa.
Acabei ficando mesmo.
E...
por incrível que pareça...
feliz da vida, por estar em casa, mesmo sendo a centenas de quilómetros do mar mais próximo. 


Foi muito bom!!!


Eu estava com uma forte e deliciosa sensação de presença de chão, de território, de casa.


Chamei minha mãe, meu irmão e passamos aqui, juntos e em casa.


Claro que teve o ritual de passagem, né???


E chuva também.


Teve ainda mais de 5 minutos de um show de fogos de artifício embelezando o céu (patrocinado por um vizinho desconhecido - rsrsrsrsrsr), espumante, abraços carinhosos, orações e comida boa.


Depois de tudo cada um queimou seus papeis, no caldeirão da bruxa (rsrsrsrsrs), finalizando o ritual pessoal de passagem.
Nos papeis agradecimentos, o que deixamos em 2010, o que levamos para 2011 e o que desejamos para o novo ano.
Os meus arderam em chamas por um longo...
e longo...
e longo...
e longo...
e longo tempo.
Depois de muitos e muitos minutos de fogo crepitando tudo fora transformado em cinzas transmutando o denso , revitalizado e abençoando o ano de 2011.


Que assim seja!!! 


Foi muito bom passar o ano em casa. 


No dia seguinte acordei cedo, respondendo ao chamado dos pássaros e dos ténues raios de sol, que insistiam em dar as caras através das nuvens e da chuva fina.


Despertei com um intenso sentimento de felicidade - de ser quem sou, de estar onde estou, de fazer o que faço, de amor as pessoas que amo.


Junto um imenso sentimento de gratidão.
Agradeci às pessoas por estarem comigo. Agradeci o amor delas por mim e o meu por elas. 
Agradeci a espiritualidade por estar emplacando mais esse ano bem juntinho de mim.


E num relâmpago surgiu um pensamento. Ou melhor, um desejo:


Quero trabalhar até o último dia da minha vida (ou os últimos - já está bom). 
Mas não quero morrer de trabalhar. 






De lá para cá muita coisa aconteceu.


Um sol aqui, outro acolá. Mas a chuva fina continua caindo no Brasil inteiro. 
E também na Austrália onde meu afilhado mora.
Alagamentos, deslizamentos, soterramentos, mortes (muitas mortes no estado do Rio e em São Paulo). 


A chuva veio poderosa, com sua força de "refazimento". Veio ainda com toda sua capacidade de renover o que está apenas na superfície, superficialmente instalado, quase sem raiz.
Uau!!!
Quanta coisa!!!!



Minha vida literalmente mudou.
Minha filha foi morar com pai.
Era um desejo antigo.

Eu não gostaria de ter que fazer a escolha que nossos filhos estão tendo que fazer: morar com o pai ou com a mãe.
Escolha difícil, né???
E, com toda certeza, muito dolorida.
Mas...

Nos últimos tempos, uma música do Milton Nascimento tem mexido demais comigo:

Dor, 
eu não te escuto mais.
Você
não me leva a nada.

Medo,
eu não te escuto mais.
Você,
não me leva a nada.

E se quiser saber pra onde eu vou
pra onde tenha sol.
É pra lá que eu vou.




O medo da limite de proteção.
Mas não dá para ficar imobilizado.

A dor conta da fragilidade, da dificuldade, da ferida aberta.
Mas não dá para ficar assim.

Quero crescimento, 
mas não quero dor.

Mas se doeu ...
então é hora de rever,
reavaliar,
buscar alternativas,
tratar e
curar.


E se quiser saber pra onde eu vou...
pra onde tenha sol...
é prá lá que eu vou.

Então...

Que assim seja!!!


Augusta

 

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