Há momentos em que a vida parece um dia nublado, onde tudo fica cinza.
A vontade foge, os caminhos ficam obscuros e as "nuvens" internas parecem abarrotadas de partículas de água prestes a desabar. Mesmo assim, nem sempre a chuva-choro consegue cair.
Parece que:
Falar? Não dá.
O grito? Tá mudo
As ações? Estão congeladas.
E os desejos? A-nes-te-si-a-dos.
Desespera!!!
Com certeza!
E esse escuro, mais escuro que de costume, faz a gente ver "menos":
menos-valia,
menos capacidade,
menos merecimento,
menos...
menos...
menos...
Com tantos menos, os "nãos" acabam ficando evidentes:
não consigo,
não dou conta,
não posso,
não sei ...
não vai dar certo...
não...
não...
não...
São tantos "menos" e tantos "nãos" que um outro Ser - "Não Humano" - parece surgir, tão mais denso e escuro, que fica insuportável a convivência. Esse novo Ser consome tanta energia que a bateria descarrega e a Luz apaga.
Então...
Se a necessidade é recarregar, é hora de fazer diferente e se permitir:
Dançar,
andar,
cantar,
respirar,
rezar,
plantar,
tocar,
escrever,
riz,
correr,
nadar,
conversar,
meditar,
abraçar,
falar...
Enfim, permitir-se conjugar os verbos da alma, na primeira pessoa, do presente do indicativo, pra ficar mais poderoso.
Ou...
Se a luz apagou, e se a própria companhia está ruim, você tem algumas opções a seguir:
A primeira, pode ser rezar, refazendo o contato com o seu lado sagrado.
A segunda, pode ser meditar, refazendo o contato consigo.
A outra, pode ser fazer um convite, chamando alguém para estar com você.
Mas com certeza, não é qualquer um. Que seja, uma companhia que tenha luz e que possa compartilhar luz. Quem sabe assim, seu escuro fica não tão escuro. Afinal, boa prosa, carinho e aconchego é sempre bom... faz bem ao coração.
E, assim que a luz interna começar a voltar, é hora de olhar!
Olhar para si,
olhar para as pessoas,
olhar para os lugares,
olhar com os olhos da alma.
Olhar para enxergar o não visto;
olhar com o olhar diferente,
talvez através de um quadrado,
que permita "delimitar",
dar contorno,
configurar a imagem que se quer de si e para si,
assim como o fotografo, que olha o mundo,
pintado pela luz,
através da sua lente.
E se conseguir, observe, observe-se.
Observe-se aos olhos da luz.
Quem sabe assim, conseguirá enxergar o seu outro lado que andava sumido.
Maria Tereza Naves Agrello
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