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Relacionamento: complementariedade e percentual

Boa tarde!!!!

O tema relacionamento (ou o término dele) tem estado muito presente nos meus últimos dias.

O meu divórcio efetivando.

Um amigo que separou depois de quase 25 anos de casamento.

Uma amiga que terminou o relacionamento de 1 ano e meio.

Um outro que deu um tempo no seu relacionamento.

Outro falou do que espera de um relacionamento agora, após os 57.

Etc.


Etc.


Etc ...

E ontem eu recebi um e-mail com o texto do Mario Quintana: "O sermão do padre durante o casamento". 

Belíssimo!!!!

E de uma sabedoria incrível (vide abaixo). 

Certamente, tudo isso despertou em mim milhares de pensamentos (claro, né!?!?  Pensante como sou alguém duvidaria disso????).

No auge dos meus 47 posso afirmar algumas coisas:

Adorei ter casado. Penso que é uma experiência muito linda e válida. Difícil em alguns momentos, mas linda em outros. 

Quando a gente casa, lá pelos 20 e poucos anos, os sonhos são muitos e o entusiasmo maior ainda.

A gente está fazendo descobertas: amorosas (na perspectiva do mundo adulto), profissionais, sociais...
A gente está se afirmando profissionalmente, financeiramente e também dentro do universo da construção da própria família. 

Tudo isso tem um peso e uma forma de ver o mundo e de interagir no casamento.

No meu caso posso afirmar que foi uma experiência e tanto criar o nosso cantinho e cuidar dele.


Mas depois de viver  outras tantas coisas...
separação, namoro, depois de ficar e ter relacionamentos passageiros, muita coisa muda na cabeça da gente. 

Ainda bem, né??????  

Do texto do Quintana algumas frases chamaram mais minha atenção hoje.

Promete se deixar conhecer?

Puxa!!!!

Como isso é uma coisa difícil, né????

Se deixar conhecer...

Para mim é algo muito difícil. Mas num relacionamento que dura mais isso acaba sendo inevitável. 

Que bom!!!! 

Porque no fundo é bom que o outro nos conheça. 

Entretanto, o perigo é quando a gente acha que conhece o outro e nesse movimento a gente acaba rotulando o outro assim ou assado e esquece que tudo mudo, todos mudam.

A gente não se da conta que o outro evoluiu, cresceu, amadureceu.

Essa foi uma de minhas queixas num relacionamento:
Ele dizia que me conhecia muito. Por um lado é bom. Mas por outro...
eu sentia que ele não enxergava o tanto que eu havia mudado.

Hoje, já com a distância de algum tempo vejo que também fiz isso. 

Entendi que conhecer o outro é muito bom, mas é preciso tomar cuidado para não enrigecer o outro e a si mesmo. Há sempre o perigo disso ser o discurso da acomodação camuflada.

Continuando...

- Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?

Rotina é uma coisa danada.

Legal porque dá uma tranquilidade envolvida pela certeza da continuidade. Oferece também  de sair do estresse do novo constante e de acalmar na uma possibilidade do fazer de novo.

É bom acordar pela manhã (madrugada - rsrsrsrsrs) e fazer minhas práticas, molhar as plantas, cuidar do cachorro, fazer o café, dar uma geral na casa (bem geral, mesmo), tomar meu banho e sair para trabalhar.

Isso me revitaliza.

Mas...

tudo é bom mas sem exagero.

Rotina quando vira monotonia...

uuuhhhhhh!!!!!

Aí a coisa pega!

- Promete que fará sexo sem pudores...

Aqui eu acrescentaria...

Promete não parar de evidenciar o que gosta e o que não gosta na hora do sexo (não necessariamente com palavras)? Porém priorizando o  presente do indicativo? Porque na vez seguinte certamente será diferente (para cada estímulo adequado, uma resposta adequada)?

Promete lembrar que o corpo tem milhares de possibilidades? Que as áreas de excitação sexual são múltiplas - se estendem desde a ponta dos dedos dos pés até o último fio de cabelo? Que a cada dia uma diferente pode estar mais em evidência do que outra? E que pesquisa é fundamental? 

- Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?

- Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?

Para mim, um dos maiores aprendizados no quesito relacionamento passa por aí, com outras palavras:

Como equilibrar a sua individualidade, identidade e idoneidade, com a individualidade, identidade e idoneidade do outro? 

Ou seja...

Como ser complementar sem perder a própria inteireza?

Acho que só vivendo para chegar a algum lugar.

Essas prosas reformataram alguns pontos:

conhecer é diferente de rotular;

rotina é diferente de monotonia;

sexo é diferente de sexo; 

complementariedade implica individualidade. 

O dia é o dia. 
A noite é a noite. 
Cada um é fundamental para uma coisa. 
Cada um na beleza de sua inteireza permite que o outro seja belo na própria inteireza.
Isso é complementariedade.




Um amigo uma vez me disse:
"relacionamento é dividido em três partes. 
No primeiro momento tudo é lindo e maravilhoso. Tudo é perfeito. O outro é perfeito.
No segundo momento a gente conhece o outro lado não tão perfeito do companheiro. Dá de frente com os defeitos (que a gente acha, claro).
No terceiro momento, a gente decide se quer ou não quer encarar esses defeitos."


Essa fala até que fez sentido para mim.  


Pensando um pouco mais, cá com meus botões, bem eu diria:
sou uma pessoa exigente e gosto de coisa boa.
Para relacionamentos então...
não deixaria por menos.


Logo...
afirmo que as pessoas que escolhi para compartilhar minha vida são maravilhosas. 


Considerando que ninguém é perfeito,
eu diria que para cada uma delas eu daria, no mínimo nota 8, em 10.
,
Em outras palavras ...
isso quer dizer que 80% dessas pessoas é lindo.
Não me imagino menos do que isso.
É uma questão de padrão mínimo de qualidade (rsrsrsrsrsr).


Então...
concluo que num relacionamento, onde busque-se qualidade, a pergunta a fazer é:


Quero ou não encarar os outros 20% (ou menos, se o rapazinho beirar a perfeição - rsrsrsrsrsr)?   




Abraço,


Augusta.





O sermão do padre durante o casamento.
Mario Quitana

"Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento na igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre:

"Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?"

Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:


- Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?


- Promete saber ser amiga(o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?


- Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?


- Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?


- Promete se deixar conhecer?


- Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?


- Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?


- Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?


- Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?


- Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?


Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declaro-os maduros."

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