Oi gente.
Nessa semana
que passou realizei mais um desejo:
Voltei a
andar de bicicleta.
Depois de um
loooongo tempo, muitos ensaios e nenhuma iniciativa eu resolvi dar um jeito na
vida (srsrsrsr): peguei minha bike e levei para dar um geral.
A mocinha estava
há apenas uns 15 anos parada, encostada no quartinho de dispensa aqui do
prédio.
Na ultima
reunião de condomínio o povo pediu para liberar o quartinho para a reforma e aí
a minha pequena esquecida foi para a minha garagem.
Todos os dias
ela olhava para mim e eu para ela, até que eu não agüentei aquele ar desolado:
pneus murchos, câmeras cortadas, uma densa camada de poeira, freios
desregulados. Era o próprio retrato da decadência. Decadência do meu passado de
usuária assídua de bicicleta. Nos áureos tempos ela era o meu meio de
transporte.
Em Governador
Valadares, na cidade que eu morei, bicicleta como meio de transporte não era
apenas um privilégio meu, todo mundo andava de magrela. Mais ainda, todo mundo
carregava tudo bicicleta.
Lembro de episódios
interessantes dessa época:
Num belo dia
eu estava de carro quase chegando em casa. Minha filha, então com pouco mais de
um ano de idade estava sentada na cadeirinha atrás. Quando fui olhá-la avistei
um sofá no retrovisor. Por alguns segundos, a ficha não caiu.
Lembram-se
daqueles desenhos do Tom e Jerry, quando o Jerry dizia "Eu acho que vi um
gatinho. Eu acho que vi um gatinho. É!!! Eu vi um gatinho”??? Lembram-se
disso???
Pois bem... eu dizia para mim mesma: Eu acho que vi um
sofá. Eu acho que vi um sofá. Eu vi um sofá.
Isso mesmo.
Bem ali no meio da rua, em pleno trânsito havia um sofá no meu retrovisor com
um rosto logo acima do encosto.
Não é piada,
não.
Era um rapaz,
com uma daquelas bicicletas de carregar jornal - nem sei se esse modelo existe
mais – transportando um sofá de três lugares. Dá para ter a dimensão? Um sofá
de três lugares
Famílias
inteiras, casal e três filhos, em cima de uma mesma bicicleta. Haja perna,
equilíbrio e “bumbum”, né? O valente rapaz, certamente, precisava de muita
perna. As crianças “maiorzinhas” precisavam de bastante equilíbrio para irem
agarradas no banco de traz. E a mulher precisava de muito “bumbum”, afinal
atravessar a cidade equilibrando em cima do quadro da bicicleta, segurando um
bebe, não devia ser uma das coisas mais agradáveis desse mundo.
Voltando a
BH...
Na segunda passada, coloquei a Magrela no
carro e levei para a primeira oficina.
Em síntese, o
que os dois gentis rapazes disseram foi:
_ Com muita
sorte você deve conseguir os acessórios para essa bicicleta, se conseguir, na
oficina tal. Esse sistema de catracas já não existe mais no mercada há um bom
tempo e os freios... bem, só mesmo lá.
Eles chegaram
a fazer uma estimativa do custo benefício da operação:
_ Considerando
a mão de obra você deve gastar uma boa grana, algo em torno de R$ XXX,00. Existem atualmente bicicletas novas,
compatíveis com essa, por algo em torno de R$ YYY,00 .
Em outras
palavras o custo da revisão iria ficar algo em torno da metade do preço de uma
nova.
Senti como se
eu estive mostrando aos rapazes o esqueleto de um dinossauro. Percebem a
idéia???? Um dinossauro valioso para o meu bolso, porque no mercado não valia
nada.
Lulu Santos
contando os Dinossauros do rock e eu empurrando a bike dino, ou melhor dina.
Pensando
bem...
Acho que esse
até que é um belo nome para a magrela: Dina. Olhem bem, não é Diná. É Dina.
Taí. Gostei.
Minha magrela
agora tem nome.
Na outra
oficina, o pessoal topou o desafio de colocar a Dina novamente nos trinques. O
orçamento inicial era pouca coisa abaixo da previsão dos rapazes, mas resolvi
encarar.
No sábado fui
buscá-la.
Uauuu!!!!
Estava lindona. E melhor ainda, não foi
preciso trocar tudo que eles previram e o custo final da operação acabou caindo
consideravelmente. Dinossauro de qualidade acaba reduzindo custo final
(rsrsrsrsrsr).
Com o capacete
que ganhei de um amigo querido, quando estava na França, a buzina e as luvas
novas lá fui eu para a volta de
reencontro com a Dina.
Que
delícia!!!!
Depois...
hora de voltar para casa.
Puuuxxaa!!!!
Isso é que foi aventura . Que trânsito!!! Que loucura!!!! E olha que era movimento
de sábado, tudo bem que por volta de 12h,
mas era sábado.
Fiz todo o
possível para ficar na rua, afinal passeio é para pedestre. Mas... não deu. Em
alguns momentos tive que invadir o passeio.
Noutros momentos a escolha entre passeio e rua ficava difícil: ladeiras
apertadas com carros estacionados dos
dois lados, onde mal, mal passava um carro espremido; no passeio degraus e buracos.
O jeito era esperar e investis rapidamente entre um carro e outro, muitas vezes
empurrando a magrela, afinal ainda estava faltando pernas para tanto morro e
zig-zag naquele contexto, nem pensar .
Claro que
sobrevivi, né??? Mas com certeza essa experiência deu para refletir sobre muita
coisa. E certamente, ela esta sendo decisiva na escolha final dos meus candidatos
a prefeito e vereador. Alternativas criativas para a mobilidade urbana com
qualidade de vida e sustentabilidade, esses são algumas das coisas que eu
desejo ver implementadas em BH, num futuro próximo. Esses são requisitos fundamentais
para o meu voto no próximo domingo.
No mais,
desejo a todos que votem com consciência.
Um abraço,
Augusta
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