Boa tarde!!!
Outro dia precisei resolver algumas coisas a uns três ou quatro quarteirões da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
Tive que esperar um bom tempo, então...
como não podia deixar de ser...
comecei a observar tudo ao redor.
Estacionar por ali, no horário comercial é bem difícil. Todos que passam pela região sabem disso.
Mas, numa determinada esquina, uma coisa chamou minha atenção: alguns rapazes carregavam pencas e pencas de chaves. Será que seriam aprendizes de São Pedro (guardião do céu que guarda suas chaves)?
Continuando a observar, percebi uma movimentação interessante: os (as) motoristas chegavam, estacionavam seus belíssimos possantes nas esquinas, em filas duplas ou nas garagens das casas e/ou prédios e entregavam as chaves para os "guardiões" que encarregavam-se de "descolar" uma vaga "retada" de boa. Com direito a um trato legal no carango.
Algumas das vagas "retadas" estavam, sutilmente, guardadas por baldes de água esperando pelos "usuários preferenciais".
As "vagas de ocasião" - porta das garagens, esquina, meia esquina (metade do carro na direção do passeio e a outra metade na rua) - também estavam bem concorridas.
Já as vagas "meio passeio" (metade do carro em cima do passeio) e "passeio todo" (carro todo sobre o passeio) estavam até com disponibilidade de oferta.
Uma coisa me deixou curiosa: o carro de um "usuário" já estava bem estacionado, numa dessas vagas "topo de linha", quando o "presidente da empresa" resolveu sair com o possante para, sabe lá, resolver qual contratempo.
Minutos depois um dos moradores teve que parar em fila dupla e buzinar , dar ré até a garagem livre mais próxima, a fim de permitir a vazão do intenso trânsito da rua de mão dupla, até que um dos "diretores" aparecesse para tirar o carro da frente do portão da garagem.
Nesse ínterim , houve uma intensa freada . O carro que descia a rua de maior movimento tentou virar na esquina da rua de mão dupla que , naquele momento, formava fila quádrupla.
Todas as esquinas desse cruzamento estavam servindo de “vagas”. Visibilidade ZERO. Enxergar outro carro que estivesse vindo da outra rua só mesmo com computador de bordo.
Na hora do morador sair mais alegrias. Agora era outro carro na frente do portão, sendo lavado por um dos "funcionários". O passeio também estava repleto de tapetes espalhados, secando.
Foi esse mesmo "funcionário" que tirou o carro, enquanto outro recolhia os tapetes.
Mas coitadinho do carro, devia estar com uma gripe fortíssima pois o rapaz teve a maior dificuldade para fazê-lo pegar (pobre automóvel, já devia estar quase sem forças). Depois, quando conseguiu pegar o carro saiu tossindo e pulando (será que de tanta febre estava tendo convulsão????).
Uns 30 minutos depois o “presidente” voltou . Todas as vagas “vips” estavam ocupadas. O carro da "voltinha" ficou a espera de nova vaga "vip", inicialmente em fila dupla, depois numa entrada de garagem. Mas ficaram algumas perguntas que até agora não quer calar: que "voltinha" foi aquela? Será que já existe o "personal-car", para passear com os carros quando esses ficam muito tempo sem movimentarem-se?
È...
deve ser isso...
buscar sabão é que não parecia.
Tenho que ser franca: ali existe uma estrutura "empresarial" para deixar muita gente de queixo despencado, morrendo de inveja.
Creio que num cardápio de opções de serviços encontraríamos:
Opção 1: vaga simples
Opção 2: vaga vip
Opção 3: vaga simples mais limpeza
Opção 4: vaga vip mais limpeza
Opção 5: vaga com "personal-car"
Opção 6: etc e tal.
Essas opções já estão de bom tamanho, por hora.
O menu poderia ser imenso pois dizem na região que a "empresa" também gosta de diversificar. O que parece-me importantíssimo nos dias atuais, afinal, em tempos de crise, não dá para ficar dependendo de um único filão do mercado. Maior diversidade é igual a maior fluência de clientes, mais serviços, mais dinheiros, maiores possibilidades... logo, menores chances de falência. Grande estratégia!
Para não deixar seus “clientes” na mão essa "empresa a céu aberto" diversifica também nos seus fornecedores: água, por exemplo, só da Copasa (Cat-Copasa )ou dos condomínios credenciados. A grande preocupação são as vagas, pois existe apenas um único fornecedor : Prefeitura de Belo Horizonte (ou seria BH-Tras???).
Dentro dos benefícios para seus funcionários e diretoria, ela dispõe de "guarda-volumes" nas árvores e canteiros próximos e sala para fumantes, com liberdade para uso de diferentes tipos de cigarros, cachimbos e charutos.
Tenho que confessar esses caras são mesmo poderosos. São do tipo que vende geladeira para esquimó. Ou seja, eles conseguem que o “cliente” pague para ter a grande chance de ganhar uma multa, perder (ou ganhar) pontos na carteira, ter seu carro danificado e ainda concorrer a oooooutras possibilidades.
Quanto empreendedorismo!!!
Augusta
Outro dia precisei resolver algumas coisas a uns três ou quatro quarteirões da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
Tive que esperar um bom tempo, então...
como não podia deixar de ser...
comecei a observar tudo ao redor.
Estacionar por ali, no horário comercial é bem difícil. Todos que passam pela região sabem disso.
Mas, numa determinada esquina, uma coisa chamou minha atenção: alguns rapazes carregavam pencas e pencas de chaves. Será que seriam aprendizes de São Pedro (guardião do céu que guarda suas chaves)?
Continuando a observar, percebi uma movimentação interessante: os (as) motoristas chegavam, estacionavam seus belíssimos possantes nas esquinas, em filas duplas ou nas garagens das casas e/ou prédios e entregavam as chaves para os "guardiões" que encarregavam-se de "descolar" uma vaga "retada" de boa. Com direito a um trato legal no carango.
Algumas das vagas "retadas" estavam, sutilmente, guardadas por baldes de água esperando pelos "usuários preferenciais".
As "vagas de ocasião" - porta das garagens, esquina, meia esquina (metade do carro na direção do passeio e a outra metade na rua) - também estavam bem concorridas.
Já as vagas "meio passeio" (metade do carro em cima do passeio) e "passeio todo" (carro todo sobre o passeio) estavam até com disponibilidade de oferta.
Uma coisa me deixou curiosa: o carro de um "usuário" já estava bem estacionado, numa dessas vagas "topo de linha", quando o "presidente da empresa" resolveu sair com o possante para, sabe lá, resolver qual contratempo.
Minutos depois um dos moradores teve que parar em fila dupla e buzinar , dar ré até a garagem livre mais próxima, a fim de permitir a vazão do intenso trânsito da rua de mão dupla, até que um dos "diretores" aparecesse para tirar o carro da frente do portão da garagem.
Nesse ínterim , houve uma intensa freada . O carro que descia a rua de maior movimento tentou virar na esquina da rua de mão dupla que , naquele momento, formava fila quádrupla.
Todas as esquinas desse cruzamento estavam servindo de “vagas”. Visibilidade ZERO. Enxergar outro carro que estivesse vindo da outra rua só mesmo com computador de bordo.
Na hora do morador sair mais alegrias. Agora era outro carro na frente do portão, sendo lavado por um dos "funcionários". O passeio também estava repleto de tapetes espalhados, secando.
Foi esse mesmo "funcionário" que tirou o carro, enquanto outro recolhia os tapetes.
Mas coitadinho do carro, devia estar com uma gripe fortíssima pois o rapaz teve a maior dificuldade para fazê-lo pegar (pobre automóvel, já devia estar quase sem forças). Depois, quando conseguiu pegar o carro saiu tossindo e pulando (será que de tanta febre estava tendo convulsão????).
Uns 30 minutos depois o “presidente” voltou . Todas as vagas “vips” estavam ocupadas. O carro da "voltinha" ficou a espera de nova vaga "vip", inicialmente em fila dupla, depois numa entrada de garagem. Mas ficaram algumas perguntas que até agora não quer calar: que "voltinha" foi aquela? Será que já existe o "personal-car", para passear com os carros quando esses ficam muito tempo sem movimentarem-se?
È...
deve ser isso...
buscar sabão é que não parecia.
Tenho que ser franca: ali existe uma estrutura "empresarial" para deixar muita gente de queixo despencado, morrendo de inveja.
Creio que num cardápio de opções de serviços encontraríamos:
Opção 1: vaga simples
Opção 2: vaga vip
Opção 3: vaga simples mais limpeza
Opção 4: vaga vip mais limpeza
Opção 5: vaga com "personal-car"
Opção 6: etc e tal.
Essas opções já estão de bom tamanho, por hora.
O menu poderia ser imenso pois dizem na região que a "empresa" também gosta de diversificar. O que parece-me importantíssimo nos dias atuais, afinal, em tempos de crise, não dá para ficar dependendo de um único filão do mercado. Maior diversidade é igual a maior fluência de clientes, mais serviços, mais dinheiros, maiores possibilidades... logo, menores chances de falência. Grande estratégia!
Para não deixar seus “clientes” na mão essa "empresa a céu aberto" diversifica também nos seus fornecedores: água, por exemplo, só da Copasa (Cat-Copasa )ou dos condomínios credenciados. A grande preocupação são as vagas, pois existe apenas um único fornecedor : Prefeitura de Belo Horizonte (ou seria BH-Tras???).
Dentro dos benefícios para seus funcionários e diretoria, ela dispõe de "guarda-volumes" nas árvores e canteiros próximos e sala para fumantes, com liberdade para uso de diferentes tipos de cigarros, cachimbos e charutos.
Tenho que confessar esses caras são mesmo poderosos. São do tipo que vende geladeira para esquimó. Ou seja, eles conseguem que o “cliente” pague para ter a grande chance de ganhar uma multa, perder (ou ganhar) pontos na carteira, ter seu carro danificado e ainda concorrer a oooooutras possibilidades.
Quanto empreendedorismo!!!
Augusta
Querida Augusta, bem perto da praça da Assembéia, por trás do Posto Pio XII, também assisto e participo do negócio de estacionamento. Todas as terças-feiras, tenho consulta com a minha psicóloga, e na rua fica um só rapaz que toma conta e manobra todos os carros que ali procuram vagas. É só chegar, entregar a chave e ele se vira, fazendo rodizio de todos que ali chegam. As madames com seus carrões docilmente entregam suas máquinas que custam pra lá de duzentos mil e vão embora. Eu fico rindo com autoridade do Ricardo, o moço em questão. E não tem sócio. Deve ganhar uns trocados do posto de gasolina pois ele nos induz a aplicar uma "geral" no carro enquanto a gente consulta. Tênis,bermuda,camiseta e um boné virado ao contrário o cara é o dono do pedaço. A Lizainny, psicóloga conta que ele está ali desde garoto e que seu apelido era Little Richard. Hoje já é um homem feito, tranquilo, simpático e educado consegue a confiança de todos. Beijos, Luciano...
ResponderExcluirAugusta, eu fico indignado com a ação desses bandidos travestidos de trabalhadores... flanelinha pra mim deveria estar na cadeia, pois são uns achacadores, praticantes da extorsão em seu mais baixo nível. Sofri com a ação criminosa de um deles ali pertinho, atrás do Colégio Marconi. Mudei meu lugar de estacionar para não ter que entrar em confronto com o bandido. No mais, parabéns pelo blog e pelo excelente texto. Bjos do Fernandão
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