Gentemmmmmm, por essa eu não esperava.
Hoje fiz um almoço delicioso em casa, para minha filha e eu.
Coisa chique, com múltiplas opções, um delicioso vinho cabernet e refrigerante para acompanhar.
A salada não podia faltar, é claro: alface americana com cenoura fatiada displicentemente e regada com azeite de oliva aromatizado.
Lasanha aos 4 queijos e brócolos (restinho que sobrou na geladeira da lasanha sadia de ontem que eu incrementei com o brócolis e molho branco).
Picanha recheada com tomate seco e ervas ( - Viva o serviço de comida pronta dos supermercaadoooosss!!!! Vivaaaaaa!!!).
Para sobremesa mousse de maracujá com chocolate derretido.
Tudo simplesmente divino.
Enquanto preparava o requintado almoço e dava o retoque na mesa lindamente colocada, começou aquele barulho de fogo ardendo e um cheiro de fumaça começou a passear delicadamente pela casa.
Eu no alto do meu salto 10, degustando um almoço daqueles, não tinha atenção para mais nada.
Certamente era uma banalidade qualquer, dessas que acontecem todos os dias na vida da gente e a gente nem sequer olha.
Na hora da sobremesa o barulho já estava bem mais alto e o cheiro de fumaça já invadia a casa.
Invasão, não.
Nesse território ninguém tasca; eu vi primeiro.
Então...
hora de olhar.
Num determinado lote, que pega um quarteirão inteiro, o fogo dançava lampeiro. Boa parte do mato já estava queimado e o fogo já chegava próximo às árvores.
Imediatamente liguei para o Corpo de Bombeiros. Eles informaram que já haviam outras solicitações para o endereço.
Fiquei do meu canto, linda no meu salto alto, vendo o fogo crepitar e aproximar-se cada vez mais das belas árvores.
Mas.. ver aquilo doía em algum lugar dentro de mim.
Rezei.
Rezei pelas e para as árvores, rezei para o vento, rezei para o ar, rezei para o fogo, rezei para as forças divinas da mãe natureza, rezei para o(s) "devas" da mãe natureza. Rezei para que ajudassem a salvar aquelas árvores. Rezei para que ajudassem a salvar o nosso reino verde - parte da pele da mãe terra. Rezei pela natureza. Rezei pelo nosso planeta.
Ouvi umas vozes na rua. Desci para ver mais de perto o que estava acontecendo.
Dois vizinhos conversavam sobre o fogo.
Disseram-me que também ligaram para o Corpo de Bombeiros, mas informaram que haviam muitas chamadas devido as queimadas, frequentes nessa época de baixa unidade e de ventos fortes. Assim que fosse possível uma viatura seria encaminhada.
Tentaram acionar a dona do lote, mas ela também não respondeu.
Comentaram que uns 10 dias antes, o lote fora roçado e que viram um rapazinho saindo correndo do lugar pouco antes de tudo começar.
A mangueira de jardim, de 20 m, do vizinho mais próximo não chegava nem ao portão de entrada do lote. Ele ficou indignado e foi buscar uma câmera para filmar tudo.
Denúncia? Noticiário? Pode até ser que adiante, mas até que dê resultado essas árvores já estarão queimadas. As lindas mangueiras, goiabeiras, patas de vaca e ipês já serão cinzas ou tocos de carvão.
O outro vizinho voltou a passear com seu cachorro. Nas janelas ao redor apareceram algumas cabecinhas que logo desapareceram. Na rua debaixo houve alguma movimentação também, que logo virou pó.
Eu não sabia o que fazer. Só sentia que queria fazer alguma coisa. Não queria ver aquelas árvores queimadas.
Resolvi agir, só que não sabia ainda como.
Voltei em casa e...
tive que descer do salto 10.
Coloquei um tênis, peguei um cobertor velho, um pano e uma bacia. Alguma coisa eu sabia que iria fazer com aquilo tudo, mas o quê, naquele momento era detalhe.
No jardim, humedeci o cobertor e o pano que amarrei tampando o nariz e a boca, tipo "bang-bang". Eu estava a própria bandida do velho-oeste com aquele pano no rosto.
Lá fui eu sem muita convicção mas...
Nenhum vizinho mais na rua. Mas não dava para esperar. Apesar das chamas não estarem altas algumas árvores já estavam ameaçadas. Principalmente por causa do mato seco em volta.
Eu não tinha planos, nem condições de apagar tudo, mas perto das árvores dava para tentar alguma coisa. Pelo menos tirar os focos mais próximos e afastar as folhas secas e o mato roçado que também já estava muito seco.
Rezei de novo e invoquei a sabedoria do fogo, das árvores, do vento que soprava. Invoquei a sabedoria e a força da mãe natureza.
Depois de bater cobertor daqui, bater acolá, arrastar mato daqui, tirar galho de lá, o fogo distanciou um pouco das árvores e aos poucos foi cedendo. Ficaram apenas em alguns focos isolados. Um deles ainda poderia ameaçar umas duas árvores se o vento mudasse e as chamas voltassem a atingir o mato seco que estava intangível, para mim, naquele momento. Mas aos poucos o fogo foi distanciando e distanciando...
Ufa!!!
Parecia que as árvores estavam salvas.
Agradeci. Agradeci ao fogo, ao mato, às árvores, à natureza.
Tudo calmo novamente. A beleza daquelas árvores estava preservada, pelo menos por mais algum tempo.
Depois os bombeiros chegaram e certificaram-se que não havia mais perigo.
Mas... e o cheiro?!?!?!?
O cobertor e o meu "lenço de bang-bang" estavam fedendo.
- Panos, direto para a lavanderia.
Meu tênis ficou irreconhecível e minhas pernas com vergões pretos, parecendo as que mostram naqueles filmes americanos ( agora sõ chique bem. Tô igual as "mocinha" de Hollywood. Logo... posso voltar o usar meu salto 10 - rsrsrsr).
- Mas que cheiro é esse que não vai embora???
Nariz aguçado e...
irk..
que horror!!!!
Eu também estava com uma fragrância que não era de perfume francês, com certeza (rsrsrsrsr).
Próxima parada, URGENTE: chuveiro com muito sabonete, bucha vegetal, shampoo e condicionador.
Olha!!!
Deu trabalho voltar a ficar cheirosa.
Com toda essa experiência de hoje, lembrei-me do livro "O CHAMADO DAS ÁRVORES", da Dorothy Maclean. Lembrei-me da Judy, pupila da Dorothy, que atualmente percorre o mundo fazendo palestras sobre o trabalho belíssimo que é desenvolvido na Comunidade de Findhorn, na Escócia.
Lembrei-me ainda do Carlos Solano, arquiteto mineiro, que tem o belíssimo sonho de que Belo Horizonte volte a ser a "cidade jardim" (título que deteve noutros tempos). Em vista disso ele iniciou uma campanha maravilhosa: "vamos plantar um milhão de árvores".
www.ummilhaodearvores.org.br
Vale a pena conhecer o site e abraçar a causa.
PS:
Demorei "pra caramba" para concluir esse texto hoje.
Também com tantas incursões ao WC...
Mas obviamente sempre chique e de salto 10 (nunca se sabe quando um paparazzo vai aparecer).
Nos filmes eles não mostram o "pós queimada".
Se eu soubesse...
talvez não tivesse me aventurado (rsrsrsrsrs).
Um abraço carinhoso,
Augusta
Hoje fiz um almoço delicioso em casa, para minha filha e eu.
Coisa chique, com múltiplas opções, um delicioso vinho cabernet e refrigerante para acompanhar.
A salada não podia faltar, é claro: alface americana com cenoura fatiada displicentemente e regada com azeite de oliva aromatizado.
Lasanha aos 4 queijos e brócolos (restinho que sobrou na geladeira da lasanha sadia de ontem que eu incrementei com o brócolis e molho branco).
Picanha recheada com tomate seco e ervas ( - Viva o serviço de comida pronta dos supermercaadoooosss!!!! Vivaaaaaa!!!).
Para sobremesa mousse de maracujá com chocolate derretido.
Tudo simplesmente divino.
Enquanto preparava o requintado almoço e dava o retoque na mesa lindamente colocada, começou aquele barulho de fogo ardendo e um cheiro de fumaça começou a passear delicadamente pela casa.
Eu no alto do meu salto 10, degustando um almoço daqueles, não tinha atenção para mais nada.
Certamente era uma banalidade qualquer, dessas que acontecem todos os dias na vida da gente e a gente nem sequer olha.
Na hora da sobremesa o barulho já estava bem mais alto e o cheiro de fumaça já invadia a casa.
Invasão, não.
Nesse território ninguém tasca; eu vi primeiro.
Então...
hora de olhar.
Num determinado lote, que pega um quarteirão inteiro, o fogo dançava lampeiro. Boa parte do mato já estava queimado e o fogo já chegava próximo às árvores.
Imediatamente liguei para o Corpo de Bombeiros. Eles informaram que já haviam outras solicitações para o endereço.
Fiquei do meu canto, linda no meu salto alto, vendo o fogo crepitar e aproximar-se cada vez mais das belas árvores.
Mas.. ver aquilo doía em algum lugar dentro de mim.
Rezei.
Rezei pelas e para as árvores, rezei para o vento, rezei para o ar, rezei para o fogo, rezei para as forças divinas da mãe natureza, rezei para o(s) "devas" da mãe natureza. Rezei para que ajudassem a salvar aquelas árvores. Rezei para que ajudassem a salvar o nosso reino verde - parte da pele da mãe terra. Rezei pela natureza. Rezei pelo nosso planeta.
Ouvi umas vozes na rua. Desci para ver mais de perto o que estava acontecendo.
Dois vizinhos conversavam sobre o fogo.
Disseram-me que também ligaram para o Corpo de Bombeiros, mas informaram que haviam muitas chamadas devido as queimadas, frequentes nessa época de baixa unidade e de ventos fortes. Assim que fosse possível uma viatura seria encaminhada.
Tentaram acionar a dona do lote, mas ela também não respondeu.
Comentaram que uns 10 dias antes, o lote fora roçado e que viram um rapazinho saindo correndo do lugar pouco antes de tudo começar.
A mangueira de jardim, de 20 m, do vizinho mais próximo não chegava nem ao portão de entrada do lote. Ele ficou indignado e foi buscar uma câmera para filmar tudo.
Denúncia? Noticiário? Pode até ser que adiante, mas até que dê resultado essas árvores já estarão queimadas. As lindas mangueiras, goiabeiras, patas de vaca e ipês já serão cinzas ou tocos de carvão.
O outro vizinho voltou a passear com seu cachorro. Nas janelas ao redor apareceram algumas cabecinhas que logo desapareceram. Na rua debaixo houve alguma movimentação também, que logo virou pó.
Eu não sabia o que fazer. Só sentia que queria fazer alguma coisa. Não queria ver aquelas árvores queimadas.
Resolvi agir, só que não sabia ainda como.
Voltei em casa e...
tive que descer do salto 10.
Coloquei um tênis, peguei um cobertor velho, um pano e uma bacia. Alguma coisa eu sabia que iria fazer com aquilo tudo, mas o quê, naquele momento era detalhe.
No jardim, humedeci o cobertor e o pano que amarrei tampando o nariz e a boca, tipo "bang-bang". Eu estava a própria bandida do velho-oeste com aquele pano no rosto.
Lá fui eu sem muita convicção mas...
Nenhum vizinho mais na rua. Mas não dava para esperar. Apesar das chamas não estarem altas algumas árvores já estavam ameaçadas. Principalmente por causa do mato seco em volta.
Eu não tinha planos, nem condições de apagar tudo, mas perto das árvores dava para tentar alguma coisa. Pelo menos tirar os focos mais próximos e afastar as folhas secas e o mato roçado que também já estava muito seco.
Rezei de novo e invoquei a sabedoria do fogo, das árvores, do vento que soprava. Invoquei a sabedoria e a força da mãe natureza.
Depois de bater cobertor daqui, bater acolá, arrastar mato daqui, tirar galho de lá, o fogo distanciou um pouco das árvores e aos poucos foi cedendo. Ficaram apenas em alguns focos isolados. Um deles ainda poderia ameaçar umas duas árvores se o vento mudasse e as chamas voltassem a atingir o mato seco que estava intangível, para mim, naquele momento. Mas aos poucos o fogo foi distanciando e distanciando...
Ufa!!!
Parecia que as árvores estavam salvas.
Agradeci. Agradeci ao fogo, ao mato, às árvores, à natureza.
Tudo calmo novamente. A beleza daquelas árvores estava preservada, pelo menos por mais algum tempo.
Depois os bombeiros chegaram e certificaram-se que não havia mais perigo.
Mas... e o cheiro?!?!?!?
O cobertor e o meu "lenço de bang-bang" estavam fedendo.
- Panos, direto para a lavanderia.
Meu tênis ficou irreconhecível e minhas pernas com vergões pretos, parecendo as que mostram naqueles filmes americanos ( agora sõ chique bem. Tô igual as "mocinha" de Hollywood. Logo... posso voltar o usar meu salto 10 - rsrsrsr).
- Mas que cheiro é esse que não vai embora???
Nariz aguçado e...
irk..
que horror!!!!
Eu também estava com uma fragrância que não era de perfume francês, com certeza (rsrsrsrsr).
Próxima parada, URGENTE: chuveiro com muito sabonete, bucha vegetal, shampoo e condicionador.
Olha!!!
Deu trabalho voltar a ficar cheirosa.
Com toda essa experiência de hoje, lembrei-me do livro "O CHAMADO DAS ÁRVORES", da Dorothy Maclean. Lembrei-me da Judy, pupila da Dorothy, que atualmente percorre o mundo fazendo palestras sobre o trabalho belíssimo que é desenvolvido na Comunidade de Findhorn, na Escócia.
Lembrei-me ainda do Carlos Solano, arquiteto mineiro, que tem o belíssimo sonho de que Belo Horizonte volte a ser a "cidade jardim" (título que deteve noutros tempos). Em vista disso ele iniciou uma campanha maravilhosa: "vamos plantar um milhão de árvores".
www.ummilhaodearvores.org.br
Vale a pena conhecer o site e abraçar a causa.
PS:
Demorei "pra caramba" para concluir esse texto hoje.
Também com tantas incursões ao WC...
Mas obviamente sempre chique e de salto 10 (nunca se sabe quando um paparazzo vai aparecer).
Nos filmes eles não mostram o "pós queimada".
Se eu soubesse...
talvez não tivesse me aventurado (rsrsrsrsrs).
Um abraço carinhoso,
Augusta
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