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Lavando toalhas



O cotidiano é poderoso mestre se tivermos disponíveis para ouvi-lo. 


Hoje comecei o dia pondo as toalhas para bater e molhando as minhas plantas. E nesse exercício de cuidar da minha morada, muita coisa pipocou na minha cabeça:


A alegria de viver é minha. O outro é com quem eu tenho o prazer de compartilha-la.
E minha alegria revitaliza-se no exercício prazeroso do meu ser, do meu estar e do meu fazer segundo o meu desejo, seguindo meu coração  e guiada pela minha sintonia com o Divino que me habita. 


O outro é o parceiro e não a causa.
O outro é o companheiro e não a razão.
O outro é o complemento e não a justificativa.




Se eu ainda tinha alguma esperança de retomar o passado, hoje - lavando roupa - eu deparei com a realidade palpável do real:
as toalhas dele que envolviam-me, acolhiam-me e aconchegavam-me já não são mais as mesmas. 
As toalhas que compartilhamos já não existem mais, foram substituídas por outras.
A casa é outra, o mundo em torno é outro, o universo o qual pertencemos é outro. 


É hora de retomar a vida compartilhada.
Se eu já havia retomado a minha alegria de ser, estar e fazer, agora chegou a hora de retomar a alegria de compartilhar tudo isso.


Escondida debaixo da construção racional ainda existia um pingo de esperança. 
No fundo eu ainda conservava a ilusão, ou melhor, a utopia de retomar o passado.
Isso mesmo, utopia - aquele lugar que não existe, ou não existe mais. 


O meu último relacionamento mostrou-me, com a maior suavidade e delicadeza, que o relacionamento anterior era uma utopia - um lugar que não existe nem mesmo em fotomontagens. As toalhas mostraram-me a outra.


Acho que fiz uma grande descoberta sobre mim mesma: 
eu sou extremamente fiel aos outros.
Mesmo depois dos relacionamentos terminados eu mantenho-me fiel a eles.
Ufa!!!
Que loucura!!!
Que tortura!!!
Está na hora de ser fiel a mim mesma.


Queria simplesmente dar adeus ao passado e virar a página, ou melhor, eu queria era fechar o livro e começar outro.
Mas...
assim de forma tão taxativa não dá.
Então...
que eu pegue minha bagagem de experiências e incremente a minha história, sem jogar o passado no lixo, mas reescrevendo o meu futuro.


Augusta

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